gostar é estar junto nem que seja no passado, o passado presente, escondido debaixo da pele, onde o sol não desbota e a chuva não lava, onde o fora não chega.
gostar não é precisar, é não precisar de gostar, porque se gosta sem saber precisar como.
Hoje é dia de cinzentos...até sentir-te como o sol na pele
De espaços e de silêncios. De ausências do ser. Há dias assim. Acordamos com eles. Neles. Abraçam-nos durante horas. Sussurram-nos maldades ao ouvido. Verdades, talvez. Mas das que aleijam. Tenta-se passar por eles o melhor que conseguimos. A correr, de lágrimas ao vento. Ou a arrastar pés, desgastados e sem força.
Lembro-me de momentos em que virámos definitivamente a vida. Era uma coisa, agora é outra coisa. Num segundo. Em meio segundo. Num pestanejar rápido. Muda tudo. Mudou tudo. Até o que ainda não foi. Lembro-me de momentos em que nos morreram pessoas. Morreram-nos mesmo, ou só do alcance de um braço. E depois afinal, é o mesmo.
Lembro-me de rir contigo de boca aberta. De achar que nada poderia ser mais perfeito...do que aquele instante nos riamos juntos. De sentir o universo na pele e na alma e de amar com a força de um camião. Com tudo. Como se fosse a primeira vez e nenhum muro existisse. Sem feridas, sem fantasmas, sem 30 anos de cicatrizes.
Quero mais. Quero regressar a nós. De voltar a quem temos de conseguir ser porque só nos perdemos por caminhos cinzentos e crescer é isto, mesmo eu não querendo que fosse.