Relendo o que te acabei de dizer, não me parece que se fale de facilidade ou dificuldade de haver amor numa tempestade ou de haver numa altura de grande felicidade. O que me parece mais verosímil, e verdadeiro teste do trigo e do joio, é saber deste amor na rotina, no dia-a-dia, na modorra do passar do tempo igual.
Amar-te tem sido ver-me de coração fora do peito.
Este amor que nasceu de mãos amarradas a olhar para um mundo depois de uma discussão sobre "papel higiénico".
Não tenho duvidas sobre o dia em que haveremos de estar nus de nós ao olhar do mundo e de nos desmanchar a rir ao percebermos que de mãos amarradas não nos dá jeito nenhum, e havemos ainda de rebolar juntos e de nos rir ainda mais e hás de olhar nos meus olhos e eu nos teus, e nada mais será importante senão estarmos ali, e sem nos percebermos as mãos hão de se soltar com a naturalidade de quem está amarrado por muito mais que correntes antigas.