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Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

February Song

Fevereiro 27, 2014

Anathema

Where has that old friend gone

Lost in a February song

...

Where is that simple day

Before colors broke into shades

2 comentários

Anónimo 28.02.2014

Queria os teus braços agora.

Não me perguntes porquê, que o dia não é de palavras, mas de gestos.

Queria os teus braços, agora! Sem dizermos um ao outro coisa alguma, apenas olharmos juntos para o mesmo horizonte, apenas respirarmos juntos nos braços um do outro.

Queria-te nos meus braços no agora e não no amanhã. Para te encostar ao peito e encheres o lugar que é teu, este lugar vazio da ausência de ti.

Passei a noite a pensar num gesto teu e na forma como tudo de ti o faz.

Passei dia a pensar em ti inteira, no teu corpo inteiro, e em cada parte de ti,

a pensar nas tuas mãos, nos teus braços e nos teus pés, a pensar num gesto teu,

na suavidade que tu és, e a pensar nos teus cabelos.

Continuo a pensar nos gestos teus, e passo os dias a pensar num gesto simples, e no calor do teu corpo, e podia ter pensado em tantas coisas, em tantos gestos diferentes, mas foi neste, e no som da tua voz quando não dizes palavras, quando só gemes baixinho.

Passo os dias entretido com o simples gesto teu.

Mas sabes, se os teus gestos se comessem saberiam a nata e a morangos, mas seriam mais leves que um suspiro. Se os teus gestos tivessem som seria o som da água a correr, e às vezes o som da tempestade, ou aquele rugir baixinho dos vulcões.

Pensei em tantos outros gestos, mas este foi o único que não me saiu da cabeça.

Eu não tenho nenhum gesto preferido entre os teus gestos. O meu teu gesto preferido é existires.

Gosto quando me abraças, quando deitas a cabeça no meu ombro, quando me dás a mão, quando pões os teus pés ao meu colo, gosto quando inclinas ligeiramente a cabeça e afastas o cabelo para o lado, gosto quando coças o nariz. Gosto de estar aqui quieto a fazer listas dos teus gestos de que eu gosto, e podia ficar nisto até ser novamente amanhã.

Passei o dia a pensar em ti inteira, e num tão simples gesto teu.

E o meu mundo, as razões do meu presente e de um futuro, couberam, ao pensá-lo, neste pequeno gesto teu, que decora a casa onde habito.

Beijinho

Li um poema que não sei explicar, mas sinto-o:

Extinguish both my eyes: I see you still;

Slam shut my ears: I can still hear you talking;

Without my mouth i can implore your will

And without feet: Towards you i keep on walking.

Break off my arms: I shall still hold you tight;

My heart will yet embrace you all the same.

Suppress my heart: My brain knows no deterrent;

And if at last you set my brain aflame

I carry you still on my bloodstream’s current.
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Anónimo 02.03.2014

Sonhei-te, como se estivesses aqui comigo. Conseguia respirar-te a pele e ouvir-te inspirar o mais baixinho que alguém consegue. Não sei se era de receio de alguma coisa, de mim, de ti, do tempo onde estavas hoje. Eu sei-te naqueles retraires à passagem do meu tocar. Eu quero ver-te, sentir-me em ti a tua morada, de retiro se não puder ser de todos os dias.
Sonho-te a cada vislumbre no meus trajectos na rua. Tu és-me a cada passo que dou, e mesmo com os teus a precisarem ir na tua direção, os meus irão encontrar-se nos teus mais depressa do que pensamos.
Tenho acordado todos os dias ao som do teu amar.
Falta-me tanto o seres tu a faze-lo. Mostra-me como é, como se pode morrer assim todos os dias ao acordar...
Acorda-me...

ps: diz-me de ti.
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