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Aquilo que eu vejo não é a morte nem a doença nem a velhice. Vejo nas mãos brancas o calor de quem aqueceu o jantar nas noites tardias. Essas mãos que pousaram na testa dos filhos para lhes medir a febre. Vejo nessas mãos de agora as mãos de antes. As vezes que lhes tiraram o cabelo dos olhos e lhes puseram a camisa por dentro das calças. Aquilo que eu sinto é vida. A alegria de ter dado à luz não desaparece quando a luz se apaga. É que as mães não morrem. Tal como para uma mãe o filho é sempre pequenino, para um filho a mãe não tem idade. Fraca é a lei do tempo perante a lei do amor.
lado.a.lado