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Novembro 25, 2021
Anathema
A verdade é que o Natal se perdeu. Houve uma altura em que ainda o procurei nos bolsos dos casacos que estão guardados só porque temos medo de deitar fora o passado, mas nunca neles encontrei nenhum bocadinho dessa felicidade antiga. Talvez o tempo seja um bolso roto, talvez seja assim que perdemos a infância. Não sei. Sei que o Natal se acendia nos candeeiros de petróleo e que as luzes de agora, embora mais fortes e mais intensas, não exercem sobre mim o mesmo fascínio, nem deixam que as sombras se agitem nas paredes e contem histórias nessa ausência feliz do que viria.
lado.a.lado