Sabes… o mundo não foi feito para ser gentil ou meigo contigo. As pessoas cada vez correm mais, os dias a passar; as dores vão-se acumulando, e a empatia nos dias de hoje tornou-se um luxo… mas um luxo raro. Não quero ser nem sou pessimista, sou uma pessoa de fé, mas o mundo tornou-se desumano sim. O mundo cobra sem instruções e exige sem ensinar e, às vezes, o que ele quer é arrancar de ti qualquer traço ou réstia de bondade que ainda resiste. Mas é exactamente por isso, que a única forma de vencer e consertar essa tendência é ser mais humano ainda. Mas humano de verdade. Humano no olhar, no gesto, na palavra, humano ao escolher a paz mesmo quando a guerra está servida. Sabes, a tua gentileza não é fraqueza, é resistência. Ser justo num mundo de aparência é uma revolução silenciosa. Ser leal quando mesmo ninguém te está a ver é prova de carácter. Ser afectuoso com quem não te pode dar nada em troca é maturidade espiritual. Sabes o que o mundo não espera? Que tu continues humano, quando tudo ao teu redor tenta transformar-te em máquina, em frieza, em repetição. Mas cada escolha tua por respeito, por empatia, por cuidado… é uma forma de não deixar que este mundo te vença. É que ser humano é coisa de quem sente, e só sente quem tem a alma viva. E a alma viva ainda é o maior poder que existe. Por isso eu pergunto-te: que tipo de mundo estás a ajudar a construir com as tuas escolhas? Pensa nisto…!!! Um dia muito feliz para todos sempre com Deus no coração

Ricardo Esteves

"Talvez um dia eu me esqueça...
Dos nomes,
Dos lugares,
Dos porquês.
Talvez minhas mãos não saibam mais onde pousar,
E meus olhos vagueiem por rostos familiares sem encontrar abrigo no reconhecimento.
Talvez eu não saiba mais quem sou.
Mas ainda assim, terá valido a pena ser.
Porque a história que vivemos não depende só da memória.
Ela mora nos outros.
Mora em quem ouviu meu riso e se sentiu mais leve. Em quem chorou comigo e se sentiu menos só.
Em quem eu toquei com presença, com cuidado, com verdade.
Se um dia a lembrança me abandonar, espero que o amor que dei ainda permaneça.
Porque ele não se apaga.
E quando já não puder contar a minha própria história,
Que ela continue sendo contada por quem fui abrigo, Por quem fui passagem,
Por quem me amou — mesmo quando eu já não soubesse mais o que era amor.
É por isso que vale a pena viver com inteireza.
Porque mesmo quando tudo se desfaz,
A parte de nós que se fez amor permanece.
E essa parte…
Essa parte ninguém esquece."

por: Ana Cláudia Quintana