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Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

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Anathema, 13.07.25

 

“Ainda bem que a febre do primeiro amor só passa uma vez. Porque é uma febre, e um fardo também, digam os poetas o que disserem. Aos 21 anos, não é corajoso. Está cheio de pequenas covardias, medos infundados, e é tão fácil nos ferir. Nós somos machucados com tão pouca coisa! A mais leve palavra espinhosa é cruel. Hoje, aconchegada pela benévola armadura de uma maturidade que se aproxima, as minúsculas pontadas diárias não arranham mais do que ligeiramente e logo se esquecem; mas nessa idade! Como dura o efeito de uma palavra pouco amável, dita sem intenção, até se tornar um estigma indelével! E como um olhar altivo fica marcado na nossa alma como algo eterno! ”.
 
— Dame Daphne du Maurier (13 de maio de 1907 - 19 de abril de 1989) foi uma escritora britânica.

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Anathema, 13.07.25

 

A minha avó é mais jovem do que eu. Mais indisciplinada, mais resistente à domesticação do tempo. Eu escondo-me atrás de horários, de seguros de saúde; ela vai. Vai por onde tiver de ir. Buracos, pedras, descidas sem corrimão. Nunca quis que lhe asfaltassem o caminho. “Quem alisa demais o chão escorrega”, disse-me uma vez, a rir, depois de cair.
Perdeu mais do que alguma vez terei. Irmãos, pais, tios, marido, um filho — essa ferida que nunca cicatrizou, mas que ela soube costurar com o silêncio. Não fala disso. Sorri. Não é um sorriso de quem esquece; é um sorriso de quem escolheu continuar. A minha avó olha a vida da frente para trás. Não quer aplausos nem palmadinhas nas costas; quer chá quente, um cobertor, o espaço do seu sofá, a certeza de que morrerá na sua casa como viveu nela: inteira, teimosa, imperfeita.
Tem um medo especial: o medo dos que não têm medo de viver. Um medo que não paralisa; afina. O medo como bússola; o medo como estratégia de sobrevivência. Ao contrário de mim, que tremo só de pensar em perder o conforto da anestesia quotidiana, ela caminha contra o medo dos que a amam: o nosso medo de a perder não a convence. Não a convenceu nunca.
Pode ser que eu um dia tenha a coragem dela. Ou não. Há heranças que não se podem herdar; apenas imitar. Tento todos os dias. Nem sempre consigo. Há manhãs em que me levanto e penso: a minha avó já teria ido à horta, limpado as lágrimas, feito café, chamado o medo pelo nome. Eu, nessa altura, ainda estou a tentar sair da cama.
Tento. Às vezes, por breves instantes, consigo. Nesses instantes, sou quase digno dela.
 
Pedro Chagas Freitas

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Anathema, 12.07.25

 

Eu sobrevivi aos meus piores dias e hoje sei quem sou. Não preciso da opinião alheia para seguir. Só eu sei onde fica cada cicatriz. Aprendi a segurar minha própria mão e entendo perfeitamente que ninguém faz isso melhor do que eu. Sou minha melhor amiga e o mundo ficou quase perfeito depois que deixei de olhar para os lados e passei a olhar dentro de mim. E tá tudo tão aconchegante por aqui e quando não estiver, sim, só eu saberei fazer tudo ficar!
 
Ju Fuzetto|

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Anathema, 12.07.25

 

Quando tudo parecer esmagador,
arrume sua cama.
Quando não estiver em paz com seu corpo, escolha uma refeição que o nutra.
Quando a mente estiver tumultuada,
escreva cada pensamento.
Quando o corpo estiver tenso e o coração ansioso, saia e caminhe.
Quando algo estiver guardado no coração, libere-o em palavras.
Quando um sonho insiste em viver dentro de você, dê um pequeno passo na direção dele.
Às vezes, uma única ação é o impulso
que precisamos. Ela move a energia, transforma o humor, abre um novo ângulo, alivia como um suspiro.
E quando o dia terminar e as coisas parecerem pesadas, não há nada melhor do que deitar-se numa cama feita com carinho.
 
(Lisa Buscomb) ❤️

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Anathema, 02.07.25

 

É assim que eu quero meu futuro…
Quero a paz de uma varanda simples,
o som da chuva leve caindo no telhado,
e o amor fiel dos meus animais encostados aos meus pés.
Quero sentir o tempo passando devagar,
sem pressa, sem culpa, sem medo.
Quero olhar para a natureza e saber que fiz minha parte,
que dei amor onde ninguém mais dava,
que acolhi vidas quando todos viravam as costas.
Quero viver com menos barulho e mais significado.
Quero silêncio que cura, e ronronar que consola.
Quero ser livre, mesmo que o mundo lá fora continue doente.
Esse é o meu futuro…
Simples, real, inteiro.
Com cheiro de mato,
toque de pelo,
e alma leve. 🐾