Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

...

 

Marcel Proust
“O tempo perdido não é apenas o tempo que não aproveitamos, mas também o tempo que passamos a recordar. A memória é traiçoeira, moldando e distorcendo as nossas experiências para se encaixarem nas narrativas que criamos para nós mesmos. E, no entanto, é essa mesma memória que nos sustenta, que nos dá a ilusão de continuidade, de permanência, em um mundo que está em constante mudança. Mas há uma tristeza profunda em perceber que, enquanto relembramos, o tempo continua a passar, e cada momento que passa é outro que perdemos, que se torna parte de um passado inalcançável.”
• Em Busca do Tempo Perdido

...

 

Fiódor Dostoiévski:
“Sabe, a principal razão para eu não temer a morte é porque o ser humano é incapaz de viver sem esperança. Mesmo na desgraça mais abissal, quando tudo parece perdido, ele ainda encontra uma faísca, uma razão para continuar. Mas, paradoxalmente, essa esperança que nos impulsiona é também o que nos condena. É a esperança que nos ilude, que nos faz acreditar que a felicidade completa está ao nosso alcance, quando, na verdade, somos eternos prisioneiros de nossas próprias ilusões. No fim, descobrimos que a vida é uma luta constante, uma busca incessante por algo que nunca seremos capazes de possuir plenamente.”
• Os Irmãos Karamázov

...

...

 

A menina e o sapo.
A história que toda menina deveria ler.
Conto muito sábio sobre relações tóxicas:
«Era uma vez uma menina. Era muito feliz e adorava perseguir as borboletas, correndo pelos belos campos verdes onde morava. Um dia ensolarado ela, como de costume, estava atrás de uma borboleta azul, quando de repente se deparou com um sapo enorme cheio de verrugas.
Que nojo! -exclamou a menina, tapando a boca.
- Você pode ter nojo, mas eu sou um príncipe encantado.
NÃO pode ser - disse a menina descrente.
- É verdade, afirmou o sapo. Uma bruxa lançou-me um feitiço.
Na verdade eu sou um príncipe muito bonito, bonito e rico. Se quebrares o feitiço, eu caso contigo e viveremos felizes.
Todos os dias vou te levar nos braços e te dar flores e jóias...
- Como posso quebrar o feitiço? - perguntou a menina.
- Não vai ser fácil.
Você tem que me levar pra sua casa, cuidar de mim, me alimentar, dormir comigo na sua cama, me dar muitos beijos, me levar pra passear, até que um dia você acorde e veja que eu me tornei um príncipe.
Então sua vida será como um conto de fadas.
A menina ouvia o sapo e não via mais a sua pele cheia de verrugas, os seus olhos saltadinhos e a sua boca lesma, só via um jovem bonito e bonito, de cabelo moreno e olhos verdes, também se via ao seu lado com um vestido branco majestoso, dançando num grande e luxuoso castelo.
Reprimindo o nojo, a garota levou o sapo para casa.
A partir daquele dia, sua vida mudou completamente.
Parou de ir ao campo para perseguir as borboletas, parou de cantar e se divertiu.
Só estava cuidando do sapo que acabou por ser muito caprichoso; pedia croissants para o café da manhã, esparguete com molho bechamel para o almoço e saladas exóticas para o jantar.
Dormia na cama da menina, deixando suas babas nojentas pelo lençol.
A menina não parava de lavar, cozinhar e lavar a roupa de cama.
Não tinha tempo para se cuidar; já não usava vestidos bonitos, nem fazia penteados com laços coloridos.
Três anos se passaram e o sapo continuava nojento; não se tornava um príncipe encantado.
Às vezes a menina olhava para ele e sentia vontade de jogar na rua para viver como antes, mas depois começava a duvidar e tinha medo de errar. «E se estiver quase? » E se amanhã acordar e o sapo se tornar um príncipe com olhos verdes? E outra aproveita o que eu fiz? E se eu não encontrar outro príncipe e ficar sozinha?
Passaram meses. Já ninguém a reconheceu.
Estava uma confusão.
O sapo tornou-se dono da casa e a menina tornou-se sua empregada.
Um dia o sapo gritou com a menina por lhe trazer sua comida tarde.
Ela começou a chorar e saiu de casa. No caminho ele encontrou um passarinho.
Por que você está chorando? - Perguntou-lhe o passarinho.
- Um sapo nojento mora na minha casa. Todos os dias eu limpo sua baba, cozinhou e cuido dele; estou muito cansada e não quero continuar fazendo isso.
- De quem é a casa? - perguntou o passarinho.
- É minha - respondeu a menina, secando as lágrimas.
- E quem te trouxe o sapo?
- Eu fiz isso.
- Por quê?
-Porque ele me prometeu que se eu tomasse conta dele, ele se tornaria um príncipe e se casaria comigo, mas passaram anos e nada mudou.
- Por que não o expulsas de casa?
- E se for verdade? E se o milagre acontecer agora? Esforcei-me muito e ficarei muito triste se eu o deixar e se tornar um príncipe.
E se você passar a vida inteira cuidando dele e ele nunca se tornar um príncipe?
-Quem me dera ter certeza - disse a menina desesperada.
De repente seus olhos se encheram de esperança:
Eu poderia ir ver a bruxa que vive na floresta.
Ela é velha e sábia, com certeza me dirá se o sapo se tornará um príncipe ou não.
Ficou muito feliz e foi ver a bruxa.
-Gostaria de saber se o sapo que mora na minha casa é um príncipe encantado.
A bruxa olhou para sua bola de cristal e disse:
- É apenas um sapo repugnante e nunca será um príncipe.
A menina ficou muito triste e desapontada.
«A bruxa pode estar errada. O que essa velha sabe sobre príncipes? Indo ver uma feiticeira», pensou a menina. A feiticeira vivia em um belo castelo com três torres altas.
-Estou tão cansada do sapo, mas tenho medo que se ele o expulsou de casa, eu perca minha chance de casar com um príncipe.
A feiticeira começou a fazer seus rituais mágicos e no dia seguinte disse-lhe:
- É só um sapo. Nunca será um príncipe.
É melhor levá-lo para o campo.
A menina ouviu a feiticeira e foi embora. Estava furiosa.
- Eles têm inveja de mim! - Exclamou zangada. Claro, quem não gostaria de se casar com um verdadeiro príncipe? Tenho certeza que todos os meus sacrifícios não foram em vão.
E a menina voltou com o sapo. Ele teve que ouvir muitas palavras desagradáveis por ter ido embora.
Limpou a casa da baba do sapo, preparou-lhe o jantar, deu-lhe banho e deitou-o.
O sapo adormeceu feliz. A menina deitou-se na cozinha, em um colchão pequeno e desconfortável.
Antes de dormir, como de costume, sonhava em casar com um príncipe, ter muitos filhos e um jardim cheio de flores.
Ele adormeceu e teve um sonho: Indo por um bosque e viu sua casa que estava prestes a desmoronar.
No pátio estava sentada uma velhota que parecia uma bruxa má.
A idosa ligou para a menina e disse:
- Reconheces-me?
- Não, nunca te vi antes respondeu a menina muito assustada. Eu sou você no futuro.
Todo mundo me dizia que eu era um simples sapo, mas eu estava cega pelo desejo de me casar com um príncipe.
Muitos anos se passaram e o maldito sapo nojento morreu ontem.
Chorei muito por todos os anos perdidos, por ter me tornado uma bruxa velha e amarga que nunca mais pôde perseguir as borboletas, chorei por um príncipe com quem eu nunca me casaria.
-Olha para mim, olha para mim, eu sou o teu futuro.
- Não, não. - Gritou a menina assustada.
- Não me deixas dormir - ouvi a voz do sapo. A menina abriu os olhos e viu o sapo no chão.
-Leve-me para a cama e cale-se-lhe o sapo. A menina lembrou-se das palavras da bruxa da floresta e da feiticeira: «É apenas um sapo».
Levantou-se, agarrou-o com força e aproximou-se da porta.
O sapo sentiu o perigo.
- Ei, você, para onde me leva?
A menina abriu a porta e jogou o sapo o mais longe que pôde.
- Fora! E nunca mais voltes. Não vou cuidar de você e deitar na minha cama.
A casa é minha e eu vou fazer o que eu quiser. Voltarei a correr pelo campo, perseguir as borboletas e aproveitar a vida. Eu não acredito mais nas tuas falsas promessas.
Você é um sapo nojento e nojento. Fechou a porta e sorriu pela primeira vez em muitos meses.
É um conto com uma mensagem muito profunda que nos ensina que não temos que suportar humilhações, maus tratos e desprezo em troca de falsas promessas que os nossos parceiros nos dão.
Ninguém pode nos fazer felizes, nem fazer da nossa vida um conto de fadas.
A única pessoa capaz de criar uma vida de sonho é você, querida.
Confie em você, mime-se, cuide-se e nunca permita que sua felicidade e alegria dependa de um "sapo".
 
Clarice Camargo

...

 

“Se não estivesse fora de moda...
Eu iria falar de Sinceridade.
Sabe, aquele pensamento antigo
de fidelidade, respeito mútuo...
e outras coisas mais.
A admiração pelas virtudes,
aceitação dos defeitos...
E sobretudo, o respeito pela individualidade.
Se não estivesse tão fora de moda...
Eu iria falar em Amizade.
O apoio, o interesse, a solidariedade de uns
pelas coisas dos outros e vice-versa.
A união além dos sentimentos
e a dedicação de compreender
para depois gostar.
Sabes uma coisa...
Sinto-me feliz por estar tão fora de moda.
 
Mia Couto

...

...

 

"O verdadeiro horror da existência não é o medo da morte, mas o medo da vida. É o medo de acordar todos os dias para enfrentar as mesmas lutas, as mesmas decepções, a mesma dor. É o medo de que nada nunca mude, que você esteja preso em um ciclo de sofrimento do qual você não consegue escapar. E nesse medo, há um desespero, um anseio de algo, qualquer coisa, de quebrar a monotonia, de trazer significado à repetição infinita dos dias. "
 
— Albert Camus, A Queda

...

...

...

 

Está na moda não querer.
- Ele não respondeu.
-O "fala pra mim que eu respondo em 5hrs". Não porque esteja ocupado, mas porque não quero mostrar o meu interesse.
-Está na moda complicar a vida dizendo vezes sem conta que "você não está procurando nada sério".
- Está na moda calar-se e não dizer
"Como eu gosto de você".
-Está na moda se afastar de uma pessoa quando você ama, embora isso possa trazer novas sensações e talvez até seja a pessoa que você procurava, mas você é tão extremamente egoísta e covarde que não fica para descobrir.
- Está na moda ter medo de sentir.
-Está na moda não querer porque te partiram o coração e não te dar a chance de encontrar aquele outro que pode te fazer feliz.
-Está na moda fugir, está na moda olhar os olhos de uma pessoa através de uma tela mas não olhar para ela no próprio brilho da vida.
-Está na moda as relações passageiras, as compartilhadas, está na moda não se comprometer, está na moda estar sozinho embora quando chegar em casa lhes doam os ossos ao deitar junto a um lugar vazio.
-Está na moda o prazer, nada mais que isso, está na moda não perder tempo para conhecer um pouco mais os mistérios do outro, não se quer mais beijar a mesma pessoa, está na moda acariciar de forma superficial por uma noite, por alguns minutos.
-Está na moda a individualidade, está na moda não formar uma família, está na moda brincar no telefone e não sair para ver o sol.
- Está na moda concluir tudo na primeira dificuldade, está na moda não saber lutar, está na moda não poder abraçar ou o pior... não querer abraçar.
Querer assusta, amar não existe, não olhamos mais e não sentimos mais.
Aplique tanto para hoje, que tinha que compartilhar.
Quanta realidade está nesse escrito.
Em que momento as pessoas mudaram tanto?
 
─Autor desconhecido
 

457102601_2232438863783361_970283758716302260_n.jp

Pág. 1/3