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"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"
"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"
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No princípio, custa bastante. Depois, com o tempo, começa a doer menos. Começamos a criar anticorpos. Tornamo-nos mais resistentes. Transformamos essa dor que começou por ser intensa naquilo que nos transforma em pessoas capazes de a vencer. Não é fácil. Há venenos poderosos, habilmente doseados, capazes de nos paralisar ou adormecer. O medo daquilo que pensam ou dizem sobre nós, por exemplo. O medo de voltar a sofrer, por exemplo. O medo de voltar a perder e o medo de voltar a sentirmo-nos perdidos. O medo de não ser suficientemente bom. Melhor dizendo, o medo de não sermos considerados suficientemente bons. Depois, com o tempo, vamos encontrando o antídoto. Vamos confiando cada vez mais na pessoa que somos e não faz mal que não nos queiram bem. Vamos percebendo que, quando damos o melhor, o resto não interessa. Por isso se chama resto.
lado.a.lado
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O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
Fernando Pessoa
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Antes de darmos à luz um filho, já ele no-la ofereceu. Uma mulher à espera de ser mãe tem um olhar luminoso e, mesmo que o corpo lhe pese, caminha como se flutuasse. Ninguém dá conta, mas as mulheres à espera de ser mães caminham um bocadinho acima do chão. Estão a meio caminho entre o humano e o divino. Antes de darmos vida a um filho, já ele nos deu vida a nós. Antes de pormos um filho no mundo, já ele é o nosso mundo. Antes de o vermos pela primeira vez, já o vimos mil vezes. Antes de o pormos ao peito pela primeira vez, já o coração era o mesmo. Antes de ele ser de carne e osso, já era a nossa alma. Antes de ser nosso, já nós não eramos de mais ninguém. Antes de lhe darmos um nome, já era do nosso sangue. Antes das noites em claro, já os dias lhe pertenciam. Ainda nada estava desarrumado, mas a sua presença já estava em tudo. Antes de ser, já era tudo.
lado.a.lado
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