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Agosto 04, 2019
Anathema
Há séculos que te esperava para fugirmos. E não sabia que a fuga era possível, pelas estradas de giestas em direção ao mar.
Dorme, e consente que o meu coração escute o teu. Quero arder contigo, nesta eternidade feita de pontes atravessadas, kms noturnos e segundos de asfalto.
Para trás ficou a cidade.
E tu sabes que a cidade só existe no apanhar um táxi. E perdermo-nos até amanhã – sem sequer podermos dizer adeus, porque não se pode dizer adeus à paixão.
Amanhã, ou enquanto dormes – agora mesmo – vou pensar em ti. Intensamente: até que as horas me doam sobre a pele, e o movimento dos dias passe como aves que perdem o sentido do voo – até que tudo o que me rodeia tome a forma do teu corpo.
E em mim circules – quando estendo a mão por dentro da noite e te acordo, no fogo dos meus olhos.
Al Berto