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Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

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27.04.19, Anathema

 

 

“A consciência de uma planta no meio do inverno não está voltada para o verão que passou, mas para a primavera que irá chegar. A planta não pensa nos dias que já foram, mas nos que virão. Se as plantas estão certas de que a primavera virá, por que nós – os humanos – não acreditamos que um dia seremos capazes de atingir tudo o que queríamos?”

Khalil Gibran

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27.04.19, Anathema

 

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22.04.19, Anathema

 

Não podemos ter a certeza de Nada...Nem duvidas de Tudo...

22.04.19, Anathema

 

"Somos todos iguais na fragilidade com que percebemos que temos um corpo e ilusões. As ambições que demorámos anos a acreditar que alcançávamos, a pouco e pouco, a pouco e pouco, não são nada quando vistas de uma perspectiva apenas ligeiramente diferente. Daqui, de onde estou, tudo me parece muito diferente da maneira como esse tudo é visto daí, de onde estás. Depois, há os olhos que estão ainda mais longe dos teus e dos meus. Para esses olhos, esse tudo é nada. Ou esse tudo é ainda mais tudo. Ou esse tudo é mil coisas vezes mil coisas que nos são impossíveis de compreender, apreender, porque só temos uma única vida. 
— Porquê, pai? 
— Não sei. Mas creio que é assim. Só temos uma única vida. E foi-nos dado um corpo sem respostas. E, para nos defendermos dessa indefinição, transformámos as certezas que construímos na nossa própria biologia. Fomos e somos capazes de acreditar que a nossa existência dependia delas e que não seríamos capazes de continuar sem elas. Aquilo em que queremos acreditar corre no nosso sangue, é o nosso sangue. Mas, em consciência absoluta, não podemos ter a certeza de nada. Nem de nada de nada, nem de nada de nada de nada. Assim, repetido até nos sentirmos ridículos. E sentimo-nos ridículos muitas vezes e, em cada uma delas, a única razão desse ridículo é não conseguirmos expulsar da nossa biologia, do nosso sangue, dos nossos órgãos, essas certezas injustificadas, ou justificadas por palavras sempre incompletas. Mas é bom que seja assim. Porque podemos continuar e, enquanto continuamos, continuamos. Estamos vivos. Ou acreditamos que estamos vivos, o que é, talvez, a mesma coisa. 
— Porquê, pai? 
— Porque o amor, filho." 

José Luís Peixoto, in 'Abraço'

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22.04.19, Anathema

 

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21.04.19, Anathema

 

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20.04.19, Anathema

 

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19.04.19, Anathema

 

 

É possível que já não haja pássaros
a esvoaçar em torno das palavras
com que calei
o desespero das manhãs
quando tinha do cosmos
uma visão romântica.
Hoje nasce-me no olhar
uma luz quase cruel
com que ilumino
a linha de sombra
que me cerca as mãos.

Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008

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19.04.19, Anathema

 

 

Era uma vez uma pessoa que procurava a sabedoria.

Tinham-lhe dito que para a atingir tinha sempre
de aceitar e recusar ao mesmo tempo tudo o que 
lhe fosse oferecido, dito ou mostrado.
Quando perguntava por onde era o melhor caminho
e lhe diziam «é por ali» ela devia seguir
imediatamente nesse sentido e depois no sentido
contrário.

Tendo assim percorrido todas as
direcções indicadas e as não indicadas, 
sem mais caminhos a percorrer, sentou-se no chão 
e começou a chorar.

Sem saber, tinha chegado.

Ana Hatherly,In Tisanas

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19.04.19, Anathema

 

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