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Continuo a achar que a passagem para um novo ano não equivale a entrarmos noutra dimensão ou noutro portal. No final das doze badaladas não passamos todos a ser bonzinhos, altruístas e destituídos de defeitos; a fome, os conflitos, as guerras e a mesquinhez humana também não se evaporam instantaneamente e o mundo não se transforma subitamente num Paraíso. Por isso, resoluções de final de ano são, para mim, uma mera ilusão. Não as faço. Porque sei que as mudanças não são abruptas. Porque o que eu quero mesmo, hoje, amanhã e nos anos que ainda possa viver é...
... o amor sem reservas dos familiares que sempre estiveram e estão presentes no meu dia a dia e que me têm ajudado a ser aquilo que sou hoje;
... o apoio, a compreensão, o afeto e a capacidade de me apontar os erros dos meus amigos de sempre e dos mais recentes, mesmo dos que a geografia teima em distanciar.
Mas quero mais de mim. Quero continuar...
... a ter força e determinação para lutar por aquilo que ambiciono e para me levantar a cada rasteira que a vida me pregar;
... a ter discernimento para tomar as opções mais corretas e para agir sem nunca trair os meus princípios e valores;
... a não desiludir quem conta comigo e quem em mim confia;
... a ser igual a mim própria, com os meus defeitos e virtudes, mas sobretudo sem nunca perder a capacidade de melhorar a cada dia, sem abdicar da minha liberdade de agir e de pensar.
Assim se cumpra. Tenha eu força e vontade.