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Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

Anathema

"Todos elogiam o sonho, que é o descansar da vida. Mas é o contrário, Doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos"

Acabei de ver este filme...

21.01.14, Anathema


Existem duas formas de partir:


Uma é ir embora

e a outra é enlouquecer...

E tu foste embora

Era uma casa - como direi? - absoluta

19.01.14, Anathema
Minha cabeça estremece com todo o esquecimento.
Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.
Falo, penso.
Sonho sobre os tremendos ossos dos pés.
É sempre outra coisa, uma
só coisa coberta de nomes.
E a morte passa de boca em boca
com a leve saliva,
com o terror que há sempre
no fundo informulado de uma vida.
Sei que os campos imaginam as suas
próprias rosas.
As pessoas imaginam os seus próprios campos
de rosas. E às vezes estou na frente dos campos
como se morresse;
outras, como se agora somente
eu pudesse acordar.


Por vezes tudo se ilumina.
Por vezes canta e sangra.
Eu digo que ninguém se perdoa no tempo.
Que a loucura tem espinhos como uma garganta.
Eu digo: roda ao longe o outono,
e o que é o outono?
As pálpebras batem contra o grande dia masculino
do pensamento.


Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra.
Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.


- Era uma casa - como direi? - absoluta. 
   (…)



Herberto Helder

Um Livro

14.01.14, Anathema

“A Papoila e o Monge” | José Tolentino Mendonça

    

 

Descobrir a plenitude entre Bashô e Jack Kerouac

No universo poético talvez não esperássemos, em jeito de introdução, ler isto no livro saído da imaginação de um sacerdote (e também poeta e professor entre muitas outras coisas): «Para dizer a verdade, este livro deve tanto a Jack Kerouac como a Bashô.» Quem o diz é José Tolentino Mendonça em “A Papoila e o Monge” (Assíro & Alvim, 2013), livro onde se poderá reencontrar o equilíbrio da vida ou, simplesmente, beber cada palavra como um refrescante copo de água num daqueles incendiários dias de Verão.

Foi através de Kerouac e do seu “Book of Haikus” que Tolentino Mendonça descobriu o haiku japonês, «uma composição de três versos, com métrica fixa (5, 7 e 5 sons), muitas vezes sem rima, propondo-se como um instantâneo que dá a ver o flagrante e o implícito, o assombro e a tensão inerentes à vida.» Daí a Bashô, como poderão imaginar, foi um pequeno passo.

“A Papoila e o Monge” surgiu de um convite do Centro Nacional de Cultura, no final de 2010, para Tolentino Mendonça integrar uma viagem ao Japão, qualquer coisa como os portugueses ao encontro da história. O papel do poeta foi o de escritor convidado, ficando com o compromisso de fazer algo com a experiência aí vivida, e que o levou a sítios como Quioto, Nara, Kobe, Nagasaki, Kagoshima e Tóquio.

De regresso a Portugal, José Tolentino Mendonça era provavelmente apontado por alguns como alguém que tinha aproveitado para ir de férias pagas, já que ninguém lhe tinha visto tirar uma única nota. O poeta explica: Atravessei aqueles lugares sem conseguir escrever uma palavra. Não me sentia capaz. Falei com várias pessoas(…). Mas, uma vez ali, só conseguia estar. O que quer que escrevesse, precisava de distância. Ou de uma proximidade maior do que aquela, feita de um chegar e de um partir.

Dividido em seis partes – escola do silêncio, vida monástica, guia para perder-se nos montes, amanhecer na primeira cidade, amanhecer na segunda cidade e livro das peregrinações -, este livro tem tanto de contemplação como de religiosidade, num lugar onde o silêncio e a solidão, sempre presentes, adquirem o poder da libertação individual, até que esta se torna, quem sabe, na melhor das companhias (mesmo que momentâneas): «Um dia/ arderás o caminho/ para que ninguém siga os teus passos.»

Uma fantástica e obrigatória viagem interior, por entre a natureza, mesmo para aqueles que não tenham (um) Deus a guiar-lhes os passos.

A Rapariga Que Roubava Livros

13.01.14, Anathema



Era uma vez uma rapariga...

Que tinha um amigo que vivia nas sombras.

Ela lembrava-lhe como era a sensação do Sol na pele...

E do ar...quando se respira.

E isso lembrava-lhe a ela...que ainda estava viva.

I'm Here, I'm Not Here

12.01.14, Anathema




There's nothing that i know for sure

You're here, you're not here

Para Sempre

12.01.14, Anathema

Sem título

07.01.14, Anathema

"The Lonely Shepard"

05.01.14, Anathema

A acordar

03.01.14, Anathema

Vais Entender

02.01.14, Anathema

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