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Não julgues que sabes. Não sabes. Quando vês a água a jorrar da fonte, não lhe conheces a nascente. Vês a flor sem lhe saber a semente. Não julgues que sabes. Não sabes. Quando vês a marca dos passos no chão, não vês os pés. Quando vês só o que vês, não vês mais nada. Por isso, não julgues que sabes. Quando alguém te bate à porta, vês só que chegou e não a estrada que deixou ou que deitou. Não julgues que sabes, não queiras saber só o que julgas. Despe-te de ti e despede-te do que tens como certo. Se queres saber como é, não julgues. Desaprende a superfície e dá às coisas o tamanho da sua profundidade. Viver não é fazer anos. É fazer com que o tempo se transforme em idade. Só a idade nos ensina a não julgar e a deixar de fazer juízos de valor sem valor nenhum.
lado.a.lado