Setembro é mês de desapego e de recomeços.

É o mês em que as árvores e as flores se começam lentamente a despir do que foi usado, do que já não serve, do que serviu para perfumar o caminho de alguns e do que serviu para refrescar outros tantos, mas como em tudo na vida, nada é eterno e a vida é feita, também, da capacidade de doar, de libertar, para poder mais tarde renascer.

Setembro também é mês de recomeços, enquanto os ramos se despem e as flores se desnudam, as pessoas regressam às suas rotinas, as uvas finalmente estão prontas para serem colhidas e alguns frutos, brotam agora.

Que seja doce, tranquilo, que não haja mágoa na renúncia, no abandono de tudo o que já não nos pertence ou com que já não nos identificamos e que acolhamos com alegria e gratidão todos os frutos que finalmente chegam até nós. Os frutos que semeámos, que cuidámos, que amámos e que finalmente estão prontos a serem colhidos.

 

Ana Silvestre